O objetivo do presente artigo é explorar ambivalências e contradições do conceito de sucesso no contexto do management, com a difusão de ideias gerenciais logo após a Segunda Guerra Mundial. Neste contexto, podemos observar, entre outros fenômenos, a prerrogativa da visão de mercado, o obscurecimento das diferenças ideológicas, a não separação entre vida pública e privada. Argumentamos que a noção de sucesso contemporânea está inserida neste contexto. A partir da perspectiva construcionista, que propõe que a vida social resulta de uma construção coletiva organizada por práticas discursivas, este trabalho revisa e classifica artigos acadêmicos nacionais e internacionais sobre sucesso, com o objetivo de mostrar que o conceito de sucesso traz em si uma noção que foi sendo difundida e incorporada como modelo de conduta na sociedade contemporânea, em sintonia com os valores disseminados pelo management. A noção de sucesso tem sido explorada por um vasto número de publicações, especialmente aquelas descritas como pop management (WOOD JR.; PAULA, 2002), mas também criticada em textos acadêmicos (PAHL, 1997; TANURE; CARVALHO NETO; ANDRADE, 2007; CHUSMIR; PARKER, 2011). Tal modelo de sucesso, propagado pela mídia e visto como possibilidade de ascensão e mobilidade social, ignora questões de gênero e impõe elevados custos pessoais para que possa ser alcançado. A perspectiva crítica utilizada neste ensaio pretende desnaturalizar estruturas sociais descritas como inevitáveis, mostrar que as discussões sobre sucesso estão cheias de controvérsias, propor que o sucesso é uma instituição social construída e assimilada em diversas fronteiras e, ao fazer isso, permitir a configuração de novos sentidos para o termo.
The main objective of this article is to present ambivalences and contradictions of the concept of success in the context of management, with the diffusion of managerial ideas right after World War II. In this context, we can observe, connect to other phenomena, the prerogative of the market view, the blurring of ideological differences, the lack of a separation between public and private life. We argue that the contemporary notion of success is included in this context. From the constructionist perspective, which proposes that social life is a result of a collective construction organized by discursive practices, this paper reviews and classifies national and international academic articles about success to show that it is a notion that was disseminated and incorporated as a conduct model in contemporary society, along with values disseminated by management. The notion of success has been object of study of a great number of publications, especially the ones described as pop management (WOOD JR.; PAULA, 2002), but also criticized in academic texts (PAHL, 1997; TANURE; CARVALHO NETO; ANDRADE, 2007; CHUSMIR; PARKER, 2011). This model of success, propagated, within other ways, by the media, and seen as a possibility of social mobility, ignores gender matters and imposes high personal costs for it to be reached. The critical perspective used in this essay pretends to denaturalize social structures described as inevitable, show that discussions about success are full of controversies, propose that success is a social institution built and assimilated in different frontiers and, by doing this, allow a configuration of new meanings to the term.
El objetivo del presente artículo es mostrar las ambivalencias y contradicciones del concepto de suceso en el contexto del management, con la difusión de ideas gerenciales a partir de la Segunda Guerra Mundial. En este contexto, podemos observar, entre otros fenómenos, la prerrogativa de la visión de mercado, el oscurecimiento de diferencias ideológicas, la no separación entre vida pública y privada. Argumentamos que la noción de suceso contemporánea se encuentra dentro de este contexto. A partir de la perspectiva construccionista, que propone que la vida social es el resultado de una construcción colectiva organizada por prácticas discursivas, este trabajo revisa y clasifica artículos académicos nacionales e internacionales sobre suceso con el objetivo de mostrar que se trata de una noción que fue siendo difundida e incorporada como modelo de conducta en la sociedad contemporánea, en sintonía con los valores diseminados por el management. La noción de suceso ha sido abordada por un gran número de publicaciones, especialmente las descriptas como pop management (WOOD JR.; PAULA, 2002), pero también criticada en textos académicos (PAHL, 1997; TANURE; CARVALHO NETO; ANDRADE, 2007; CHUSMIR; PARKER, 2011). Este modelo de suceso, propagado, entre otras maneras, por los medios, y visto como una posibilidad de ascensión y movilidad social, ignora cuestiones de género e impone costos personales elevados para que pueda ser alcanzado. La perspectiva crítica utilizada en este ensayo pretende (des) naturalizar estructuras sociales descriptas como inevitables, mostrar que las discusiones sobre suceso están repletas de controversias, proponer que el suceso es una institución social construida e asimilada en diversas fronteras y, al hacer esto, permitir la configuración de nuevos sentidos para el término.